quarta-feira, 29 de abril de 2009

Análise artigo revista Sábado (O Último Nazi)




Desta vez focamos a nossa atenção num artigo da revista Sábado com o título “O Último Nazi”. Assim fala-nos de Alois Brunner, um dos “mais cruéis oficiais da Gestapo”, um dos responsáveis pelo Holocausto.

“Quando dou a minha palavra a um cão cumpro-a. Mas não a
um Judeu.”, disse o próprio Brunner.




Alois Brunner (em cima) e Serge Klarsfeld (em baixo)

“Serge Klarsfeld, de 8 anos, estava escondido com a mãe e a irmã num falso compartimento de um armário, num apartamento em Nice, França, quando os soldados alemães bateram à porta. Alois Brunner irrompeu pela casa, à frente de um força especial da SS, e prendeu o pai de Serge, mas não descobriu o resto da família por detrás dos cabides cheios de roupa. O pai morreu nas câmaras de gás do campo de concentração de Auschwitz, em 1943, e 66 anos depois Serge é um dos mais activos caçadores de nazis.”

É assim que inicia o artigo da revista Sábado, mostrando-nos que o Holocausto é ainda uma chaga aberta no passado da sociedade europeia. As vitimas foram muitas, os sobreviventes alguns, mas são esses que trazem até nós a dor de um passado de perseguição, xenofobia e total ignorância dos direitos humanos.

A própria palavra
Holocausto é por si só sinistra, precisamente pelo genocídio que denomina. Provém já desde a Grécia Antiga (holo - todo, causto - queimado) e dava-se este nome aos sacrifícios de plantas, animais e até humanos como oferenda às divindades, ao longo do ritual eram completamente queimados... A partir do século XIX
a palavra passou a ser denominar catástrofes e massacres. Hoje em dia, para nós, o significado é só um e acarreta consigo momentos de tirania e intolerância. Mas não foi apenas o povo judaico que sofreu ofensivas nazis. Os homossexuais, ciganos, pessoas portadoras de deficiência motora ou mental, eslavos, testemunhas de Jeová ou mesmo sacerdotes católicos, entre muitos outros.



Coube a Alois Brunner a organização da deportação da comunidade judaica alemã para os campos de concentração, mas a sua loucura excede as membranas do normal. As suas técnicas de tortura iam desde a injecção de gasolina no coração dos prisioneiros a chibatas com um chicote de pontas de ferro. Tentou exterminar todas as pessoas que pudesse com medo das possíveis represálias. A sua casa na Salónica, Grécia, era uma luxuosa mansão, mas escondia na cave uma sala de tortura. “Alois Brunner adorava o engano: quando foi destacado para o campo provisório de Drancy, nos arredores de Paris, entre 1943 e 1944, fez tudo para que os judeus ali aprisionados não se apercebessem do seu destino – pintou as paredes, melhorou as refeições e decorou os orfanatos. Mas encaminhou 26 mil pessoas para os comboios da morte. Só 1636 sobreviveram.”




A caça ao homem


Ética e moralmente, de acordo com a Sociedade moderna Ocidental, a tentativa de homicídio é considerada errada, exceptuando os casos em que esta possa ser executada pelo Governo para o bem da Justiça. Havendo um crime que tome proporções tais, este castigo - enquadrado na Pena Capital - poderá ser aplicado, havendo no entanto o direito a defesa própria e / ou a recurso.
O sistema de Justiça vigente, conforme os padrões morais que formam a nossa Sociedade, analisará assim as acções de determinado sujeito e posteriormente determinará a punição necessária para equilibrar a “Balança da Justiça”. No entanto, deixará isto de ser considerado Homicídio?

A definição de Homicídio é, pura e simplesmente, o acto de matar alguém, sendo o Genocídio o acto ou a tentativa de matar uma Raça. Certo é que, ninguém hesitará nos dias de hoje, a rotular Alois Brunner como um Homicida. No entanto, a muito custo encararemos da mesma forma pessoas como Serge Klarsfeld ou Simon Wiesenthal, responsáveis pela perseguição de variados membros das SS, e pela sua consequente execução. Talvez de forma ligeiramente menos directa, mas sem dúvida a mesma intenção persiste: o acto de matar alguém. De um lado, teremos a morte motivada por convicção (o fundamento da mesma não sendo discutido aqui); por outro lado, a morte motivada pela ideia de Justiça e talvez vingança; ambas formando, em si, uma outra convicção. Questinando o cidadão comum, haverá à partida uma reacção de choque e reprovação extrema às acções dos membros do governo Nazi; e uma reacção completamente oposta às acções dos “Caçadores de Nazis”.

Justificar-se-à, portanto, a Morte?

Dependendo do Estado, a resposta poderá ser sim ou não; mas nunca levada a cabo por indivíduos. No entanto, um indivíduo pode conduzir alguém que esteja com “dívidas” para com a Justiça ao Estado, para que a devida pena se aplique - o método dos Caçadores de Nazis. Serão, mesmo assim, responsáveis pelo que sucede? Tendo em conta que, se não fosse pelas suas acções, pessoas como Adolf Eichmann ainda estariam vivas, existirá indubitavelmente uma grande responsabilidade nos ombros de quem os persegue. A tentativa de matar existe nas suas acções; são, portanto, “Homicidas Justificados”. Vê-se aqui uma excepção à Moral. Casos extremos como este verificam que o Homicídio é ainda hoje tolerado, desde que este seja “justificado”. No caso tenebroso de homens como Brunne ou Saddam Hussein ( uma execução transmitida em directo e a cores) , poucos serão aqueles que contestem este castigo. Mas onde se traçam os limites?

O mais provável é estes limites nunca serem traçados, pois se há uns anos, ou até mesmo séculos, o Estado era "rigido de mais", nos dias que correm, parece que não cabe a estes clarificar ao povo e mostrar o Mundo de tortura em que vivemos.

É certo que as camadas mais jovens tendem a nascer já com um pensamento pré-concebido e manipulado pelos media e, portanto, estes tendem a ser mais radicais ou liberais - de acordo queiramos aplicar estas definições - e, mais uma vez, de acordo com os nossos hábitos culturais/descendências aplicaremos o nosso estudo e a nossa vivência neste Mundo, mas será isto suficiente? Será isto facilmente manobrável? Será isto, mais que tudo, aceite por aquelas que se designam de "camadas mais velhas"?
Falamos de um contraste cultural banstante divergente. Falamos de culturas envolvidas em políticas como as de Salazar ou Hitler, e de pessoas envolvidas em políticas (peço desculpa pela expressão) "infantis" como por exemplo as de Bush.

E voltando um pouco mais ao tema em questão, outra publicação interessante da mesma revista encontrada via Internet, vem justificar estas mesmas diferenças que hoje em dia encontramos a cada esquina que contornamos [link para descarregar, são apenas 2 páginas] > http://www.caleidoscopio.pt/blog/wp-content/uploads/2008/08/os-irmaos-himmler-sabado.pdf.

Bom, visto acharmos que o nosso ponto de vista está já bastante bem claro e não querendo começar a "maçar" vocês, leitores, concluimos o post com uma frase retirada, mais uma vez,
de um artigo publicado na revista "Sábado", nº 176, de 13/09/07, pág. 17: "Era um nazi e continuarei um nazi; até os matarmos todos [aos judeus] não descansarei": as palavras são de Eli Boniatov, líder de um grupo neonazi composto por oito russos residentes em Israel. Com idades entre os 18 e os 21 anos, foram presos pela polícia israelita depois de vandalizarem duas sinagogas e agredirem vários judeus e imigrantes."



Temos dito.
Boa leitura.






NOTAS EXTRA:
(o que não nos foi oportuno dizer e mostrar na apresentação do nosso trabalho)

Psicologia da Comunicação
Apresentação do Blog
http://papagaiol0iro.blogspot.com/


O Nazismo é conhecido como o regime ditatorial que governou a Alemanha de 1933 a 1945, o Terceiro Reich.

Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Segundo o livro Mein Kampf, Hitler desenvolveu as suas teorias politicas pela observação da política do Império Austro-Húngaro. Tudo começou porque Hitler acreditava que a diversidade étnica e linguística enfraquecera o Império do qual era cidadão.

A democracia era também negativa, já que colocava o poder nas mãos das minorias étnicas que tinham incentivo para enfraquecer e desestabilizar o Império, por seu lado, a ditadura, colocava o poder nas mãos dos mais fortes, corajosos e inteligentes.

O centro da ideologia nacional-socialista é a raça. A teoria nazista defende que a raça ariana é uma “raça-mestra”, superior a todas as outras.
O nacional-socialismo diz que uma nação é a máxima criação de uma raça.
Essa raça deveria ser o mais pura possível. Supostamente, as grandes nações seriam as mais fortes a nível militar e intelectual. Para Adolf Hitler esta é a base de uma nação racional e civilizada, uma raça saudável, pura, inteligente e corajosa.

As nações mais fracas seriam criadas por raças impuras, ou seja, raças que não se apresentassem como homogéneas, com uma só origem.
De acordo com os nazis, um erro óbvio é permitir ou encorajar múltiplas línguas dentro de uma nação. Esta crença é o motivo pelo qual os nazistas alemães estavam tão preocupados com a unificação dos territórios dos povos de língua germânica.

O Nazismo defendia a superioridade da raça pura, (“raça-mestra”) em relação ás raças fracas. Se uma raça pura necessitar de mais espaço para viver, ela teria o legítimo direito de ocupar o território das raças fracas, já que estas eram menos dignas de existir. Raças sem pátria eram, portanto, consideradas "raças parasíticas". Quanto mais ricos fossem os membros da "raça parasítica" mais contagiante seria o parasitismo. Uma raça pura podia, portanto, de acordo com a doutrina nazi, endireitar-se facilmente pela eliminação das "raças parasíticas" da sua pátria.

Foi esta a justificação teórica para a opressão e eliminação de judeus, ciganos, eslavos e homossexuais, um dever que muitos nazis consideravam repugnante, tendo eles como prioridade a consolidação do estado ariano.
As religiões que reconhecessem e ensinassem estas "verdades" eram as religiões "verdadeiras" ou "mestras", e evitavam "mentiras reconfortantes". As que pregassem o amor e a tolerância, "em contradição com os factos", eram chamadas religiões "escravas" ou "falsas".
Embora a raça seja um factor crucial na visão do mundo nazi, as raízes ideológicas do nazismo iam um pouco mais fundo. Os nazistas procuraram legitimação em obras anteriores, particularmente numa leitura, por muitos considerada discutível, da tradição romântica do século XIX, em especial do pensamento de Friedrich Nietzsche sobre o desenvolvimento do homem em direcção ao Super-Homem (Übermensch).
Muitos historiadores dizem que o elemento anti-semítico, que também existe nos movimentos-irmãos do nazismo, os fascismos de Itália e Espanha (mesmo que em formas e medidas diferentes), foi adaptado por Hitler para obter popularidade para o seu movimento. O preconceito anti-semita era muito comum no mundo ocidental, por isso, se diz que a aceitação das massas dependia do anti-semitismo e da exaltação do orgulho alemão, ferido com a derrota na Primeira Guerra Mundial.

Estas teorias foram utilizadas para justificar uma agenda política totalitária de ódio racial, através de todos os meios que estavam ao dispor do estado.
O termo "nazismo" é frequentemente - mas incorrectamente - usado como sinónimo de "fascismo". É obvio que o nazismo incorporou elementos estilísticos do fascismo. Não só incorporou alguns elementos do fascismo como os moldou, tornando-os extremos e impensáveis na sociedade do séc. XX.

Como outros regimes fascistas, o regime nazi era anticomunista e defendia a existência de um líder único (Führerprinzip). Este é um princípio-chave na ideologia fascista, segundo o qual se considera o líder como a materialização do movimento e da nação. Ao contrário de outras ideologias fascistas, o nazismo era extremamente racista. O anti-semitismo, o nacionalismo étnico e a “necessidade” de purificar a raça alemã são algumas faces deste racismo extremo.

"Durante a 2ª Guerra Mundial, as técnicas de propaganda foram cientificamente organizadas e aplicadas para influenciar a opinião pública a entrar na guerra ao lado da Inglaterra. Hitler interessava-se e admirava os modelos de propaganda utilizados pelos ingleses. Na guerra, o objectivo da propaganda é sempre provocar o ódio pelo inimigo.
“A propaganda consiste em forçar uma doutrina nos povos inteiros. A propaganda actua na sociedade, no ponto de vista de uma ideia e fá-las maduras para a vitória desta ideia.” – palavras de Hitler no seu livro Mein Kampf. Quando subiu ao poder em 1933, Hitler estabeleceu um ministério da propaganda dirigido por Joseph Goebbles. Em Berlim, Goebbles torna-se o editor do jornal “Der Angrif” (O Ataque), que publicava constantemente difamações anti-semitas.
Os objectivos do ministério eram assegurar que a mensagem nazi fosse espalhada através da arte, música, teatro, filmes, livros, rádio, material educacional e imprensa. O ministro da propaganda, Goebbles, tinha duas tarefas primordiais: assegurar que ninguém na Alemanha lia ou via ideias contrárias ao partido Nazi e assegurar que as ideias Nazis fossem expostas da maneira mais persuasiva possível.”

No final do século XX, surgiram movimentos neonazis em vários países, incluindo os Estados Unidos. O neonazismo é frequentemente associado aos skinheads, apesar de nem todos membros desta cultura estarem ligados à ideologia nazista. Alguns partidos políticos como o Partido Verde Nacional Socialista Libertário (LNSGP, ou Libertarian National Socialist Green Party), (EUA) adoptaram ideias nazis.

O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados neonazis, continuem a existir não só na Alemanha como também noutros países.




  • Vídeo
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=eGhdX1SI3KY&feature=related


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