Nuit et Brouillard é um documentário de Alain Resnais sobre o holocausto da segunda guerra mundial. É, para muitos, o melhor filme jamais feito sobre este recorrente tema do cinema mundial, e é, para Truffaut, o melhor filme de todos os tempos.
Realizado para comemorar os 10 anos de libertação dos campos de concentração, Nuit et Brouillard é constituído por duas partes distintas. As imagens de arquivo a preto e branco, escolhidas a dedo por Alain Resnais, e as filmagens do local 10 anos depois, a cores. Estas mostram-nos um campo de concentração deserto e morto, onde ninguém quer estar, onde se sente o peso de uma história que nunca deveria ter acontecido.
As imagens de arquivo são extremamente fortes e chocantes, mostram a crueldade e a desumanidade dos soldados alemães que maltratam e chacinaram os seus prisioneiros sem qualquer tipo de piedade. Digamos que, um pouco à escala das fotografias que vos apresentamos aqui no blog.
Ao rever este documentário sente-se um sentimento de injustiça e de espanto pelas imagens que nos chegam, frias e cruas, daquilo que um ser humano é capaz de fazer a outro; o texto que acompanha as filmagens foi escrito por Cayrol, ex-prisioneiro do campo de Maithausen.
Mais importante do que falar sobre um filme como este é mostrá-lo. É possível vê-lo na sua totalidade em sites como youtube.
Neo-nazis, anti-nazis, ou ainda aqueles para quem o Holocausto não existiu.
A sociedade está dividida por estas três hipóteses, considerando-se até espalhada por entre estes extremos, porque a indiferência não é uma posição possível perante esta série de acontecimentos. Há quem idolatre o 3º Reich. Há quem veja nele essa encarnação demoníaca. Há também quem indique que tinha uma doença psicológica. De qualquer das formas, foi ele quem deu a cara para representar um dos regimes mais cruéis e enfatizados de toda a história da humanidade.
A palavra, o símbolo nazi, são hoje associados a terror e vergonha. São sinónimos de uma das épocas mais negras da humanidade. Anos de xenofobia, tirania, puro e completo desrespeito pelo Homem, pelos seus direitos. Um espectro intenso que cobre essa memória colectiva que sobretudo os europeus fazem questão de alastrar para que não se percam os erros do passado.
O regime nazi ambicionava tornar-se um império, com os olhos postos no idealismo do Império Romano. Mas, como qualquer governo que ultrapassa os limites do poder consensual e justificado, o Nazismo proclamou a alto e bom som a "caça" a todos aqueles que escapavam às suas regras de aceitação. Judeus, padres cristãos, muçulmanos. A religião foi um dos elementos catalisadores do Holocausto. Adolf Hitler exaltava a raça ariana a cujas características ele próprio fugia. Na realidade, não devemos descuidar o facto de que o Holocausto não foi provocado apenas porque assim quis Hitler e os seus subordinados obedeceram. De facto, a própria sociedade consentiu um genocídio em massa. O povo alemão e o seu país estava debilitado da 1ª Guerra Mundial, esperavam uma reviravolta quase milagrosa. Assim que Hitler chega ao poder, faz-se acompanhar de uma terrível força de conexão que aproxima os alemães. Cresce cada vez mais essa sensação de raça superior e à medida que esta avança, as outras comunidades mais pequenas ressentem-se. Vão perdendo lugares de importância e o respeito da parte da sociedade onde, até à algum tempo atrás, pertenciam. Primeiro a braçadeira da Estrela de David como forma de rotular os que se distinguem da verdadeira raça de homem supremo e intocável. A pouco e pouco, milhares de judeus são, literalmente caçados, feitos escravos e aniquilados., tudo em prol da criação e consequente ascensão dessa raça superior.
Nos dias de hoje, nós, sociedade do século XX e XXI, conhecemos grupos que seguem a mesma doutrina que Adolf Hitler. Os neo-nazis transportam em si mesmos raiva e desprezo por uma raça que não a ariana. São, sobretudo, os negros e os judeus os principais alvos destes fanáticos. Por outro lado, temos ainda outros grupos igualmente intensos mas em perfeita oposição: os anti-nazi. O mundo procura evitar que uma tragédia semelhante venha a acontecer novamente, estamos despertos para qualquer ameaça de tal.
"Communism and fascism or nazism, although poles apart in their intellectual content, are similar in this, that both have emotional appeal to the type of personality that takes pleasure in being submerged in a mass movement and submitting to superior authority."
Jamos A. C. Brown